quinta-feira, 26 de julho de 2012

sem ti
sou cinzas
escorrendo pelo ralo

sou o mistério
que se silencia
pela frieza da vida

domingo, 8 de julho de 2012

Procurei respostas
E não vieram as palavras 

Vi-me embriagada
Pela mais bela irracionalidade

 
 Henri Cartier Bresson
Fuga nº 1

A dor traduz
a dissonância
dos tecidos nervosos.

A madrugada aflora
a lembrança
dos tempos áureos.

A melancolia sinfônica 
se exala
dos sentidos.

E eu, como um ser primitivo,
me ponho a conjugar berros.
Horizonte trêmulo

Ponho em xeque
o objeto de minha felicidade.
Contraio as notas 
tocadas sempre em tom maior.

Relembro as ruas que andei,
cujo brilho, tão intenso,
se esvaía,
passo à passo.

Rua que não era minha,
que me foi apresentada.
Que tomei
como minha casa.

Silenciosa, noturna, nua!
Eu e minha musa atormentada.